segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Lugar, o não-lugar e o turismo

Com os estudantes do 1º ano, do IFBA - Campus Porto Seguro o desafio inicial, logo na I Unidade, foi lançar um olhar geográfico e crítico sobre o espaço produzido em torno da atividade turística. O conceito de lugar é imprescindível no ensino pois, só com a compreensão dessa escala espacial é que os estudantes conseguirão articular o global com o local. A sugestão de Magnoli (2005), no primeiro capitulo do livro é trabalhar com a proposta do turismo para o consumo do espaço e com isso analisar a forma como apaisagem é explorada pelas empresas. Para desenvolver a discussão trabalhei com o texto sugerido pelo mesmo autor:

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O TURISMO E A PRODUÇÃO DO NÃO-LUGAR
ANA FANI ALESSANDRI CARLOS
(Do livro: Turismo: Espaço, Paisagem e Cultura, Editora Hucitec,
org. Eduardo Yázigi, Ana Fani Alessandri Carlos e Rita de Cássia, Ariza da Cruz, págs. 25-39, 1999)

A indústria do turismo transforma tudo o que toca em artificial, cria um mundo fictício e mistificado de lazer, ilusório, onde o espaço se transforma em cenário para o "espetáculo" para uma multidão amorfa mediante a criação de uma série de atividades que conduzem a passividade, produzindo apenas a ilusão da evasão, e, desse modo, o real é metamorfoseado, transfigurado, para seduzir e fascinar. Aqui o sujeito se entrega às manipulações desfrutando a própria alienação e a dos outros.
O espaço produzido pela indústria do turismo perde o sentido, é o presente sem espessura, quer dizer, sem história, sem identidade; neste sentido é o espaço do vazio. Ausência. Não-lugares. Isso porque o lugar é, em sua essência, produção humana, visto que se reproduz na relação entre espaço e sociedade, o que significa criação, estabelecimento de uma identidade entre comunidade e lugar, identidade essa que se dá por meio de formas de apropriação para a vida. O lugar é produto das relações humanas, entre homem e natureza, tecido por relações sociais que se realizam no plano do vivido, o que garante a construção de uma rede de significados e sentidos que são tecidos pela história e cultura civilizadora produzindo a identidade. Aí o homem se reconhece porque aí vive. O sujeito pertence ao lugar como este a ele, pois a produção do lugar se liga indissociavelmente à produção da vida. "No lugar emerge a vida, posto que é aí que se dá a unidade da vida social. Cada sujeito se situa num espaço concreto e real onde se reconhece ou se perde, usufrui e modifica, posto que o lugar tem usos e sentidos em si. Tem a dimensão da vida" (4), por isso o ato de produção revela o sujeito.Assim o não-lugar não é a simples negação do lugar, mas uma outra coisa, produto de relações outras; diferencia-se do lugar pelo seu processo de constituição, é nesse caso produto da indústria turística que com sua atividade produz simulacros ou constróem simulacros de lugares, através da não-identidade, mas não pára por aí, pois também se produzem comportamentos e modos de apropriação desses lugares. O que está em questão, realmente, é o fato de que a hora de não-trabalho destinada ao lazer não escapa das regras do mercado; transporte, cultura, viagem, tudo vira mercadoria, e esta transforma lugares e produz uma forma de ele se apropriar: a não-apropriação. O turismo cria uma idéia de reconhecimento do lugar mas não o seu conhecimento, reconhecem-se imagens antes veiculadas mas não se estabelece uma relação com o lugar, não se descobre seu significado pois os passos são guiados por rotas, ruas preestabelecidas por roteiros de compras, gastronômicos, históricos, virando um ponto de passagem (os passos dos turistas são sempre apressados, aí não se fica, só se deixa passar). Fragmentam-se os lugares, exclui-se o feio, afasta-se o turista do pobre, do usual; trajetos feitos por ônibus refrigerados ou vans confortáveis com guia de fala mansa e agradável, sempre bem disposto, sorriso nos lábios, naquele estilo absolutamente igual em todo lugar, estereotipado, que infantiliza o turista.

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Com base nessa leitura, realizamos a discussão e tentamos tracar definições para INDÚSTRIA DO TURISMO, LUGAR, NÃO-LUGAR, PAISAGEM, E CONSUMO DO ESPAÇO. Com base nisso, solicitei aos estudantes que saíssem à procura do material de divulgação dos cenários turísticos, e confeccionassem um painel comparando essas imagens com fotografias dos bairros onde eles moravam, e com as noticias dos jornais locais. Pedi ainda que classificassem as fortos por categorias: o lugar e o não-lugar, na visão deles.  Como resultado da análise, os estudantes apresentaram os seguintes painéis:

Painel: Onde é o seu lugar?

Painel: Porto seguro - oque divulgar?

Painel: Porto Seguro - Lugar e Não-Lugar

Painel: Turismo em Porto Seguro

Painel: Porto Seguro - Esquina do mundo

Vídeo sobre a visão dos turistas - Apresentação de um painel

Estudantes no auditório - apresentações

 Painel: Lugar - Naõ-lugar

Paineis: Lugar - Não-lugar

Estudantes entrevistam vereadores na sessão da Camâra Municipal que tratou da Copa de 2014, questionando sobre os problemas urbanos

Cena registrada na sessão da Câmara da qual os estudantes particiaparam como pesquisa para a montagem dos painéis.

Estudantes apresentam a visão dos turistas no distrito de Trancoso

Apresentações no auditório.

Os estudantes utilizaram muityo da sua energia e criatividade, e construiram uma crítica geografica muito interessante sobre as atividades que antes eram vistas com naturalidade, ou estranheza total, sem o entendimento dos processos e interesses que permeavam a realidade da cidade turística. Dessa experiencia, produzi um relato intitulado "O OLHAR DOS ESTUDANTES DO CEFET-BA – UNIDADE DE PORTO SEGURO SOBRE A REALIDADE LOCAL: O LUGAR, O NÃO-LUGAR E O TURISMO" publicado no IX ENPEG.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Na mídia



Uma contribuição para a discussão sobre o déficit habitacional brasileiro (Publicação do Sindicato dos Bancários): Trocando idéias no Jornal "O Piquete" do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista. 
A publicação consta na Edição N° 1080 - 21/06/2011, do jornal e a discussão teve como tema a  questão do déficit habitacional brasileiro, disponível também na versão para impressão.
Agradecimentos a Coordenação de Comunicação Social do IFBA, e ao Sindicato dos Bancários.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O uso do Blog como ferramenta de ensino

Sempre achei interessante a ideia do blog como possibilidade de interação. Nesse tipo de página, se tem a hospedagem gratuita de uma série de ferramentas que podem ser exploradas para o ensino, e que permitem a socialização dos conteúdos de diversas formas. As possibilidades de interação são muito interessantes, pois o professor pode realizar enquetes, votações, postagens colaborativas, publicação de fotos, exposição de slides, imagens de satélite, entre outros.
Considerando essas características é que foi criado o Geoblog, mais uma tentativa de dinamizar o ensino da Geografia. Através do Geoblog funcionaram muito bem as divulgações de eventos, enquetes, e exercícios com a análise de imagens de satélites por exemplo.

É importante lembrar que o blog é mais uma ferramenta, dentre muitas outras que podem ser exploradas, e não deve ser encarado como um "tarefeiro", mas como mais uma possibilidade de exercício da Geografia que se ensina.
O fato de que as tecnologias informacionais são cada vez mais atrativas aos nossos estudantes, reforça a importância da utilização das paginas da internet no ensino, e mais ainda quando essas paginas podem conter especificidades de um grupo, uma identidade próxima ao estudante. O blog se torna mais um item do diálogo professor- estudante, na relação ensino-aprendizagem. No caso da Geografia, a disciplina no ensino médio tem a carga horária bastante reduzida, o que dificulta a utilização de outras ferramentas dentro do horário da sala de aula. Temos portanto, com o blog, a possibilidade de veicular videos, clipes musicais, apresentar dados, diferentes tipos de textos, poemas, imagens cartoons, charges etc. que o tempo de aula nos faz prescindir.
Outra questão que motiva a utilização dos blogs é a independência. Pode-se veicular material sem depender da disponibilidades de recursos da escola por exemplo. Seja na forma de slide, texto ou imagem,  o blog permite a o professor sempre agir com autonomia, aprimorando sua criatividade.



 O blog com o qual trabalho, o GEOBLOG, foi criado em 15 de Julho de 2010, com o objetivo de tentar uma nova dinâmica de aprendizagem. Assim que foi criado, voluntariamente um grupo de estudantes do curso técnico em informática se disponibilizou a gerenciar os recursos do blog, com vistas a melhorar o layout e a acessibilidade aos recursos. À eles também foi dada a liberdade de publicar material no blog, desde que s e trate de um conteúdo que respeite o publico que acessa aquele material. Além disso são publicadas dicas e técnicas de estudo para auxiliar na execução de tarefas escolares, como os fichamentos por exemplo. Atualmente o blog conta com cerca de 50 seguidores, e mais de 2.400 visitas.
Recentemente o curso de Geografia da UESB realizou uma mostra de blogs criados pelos estudantes, com  temas diversificados, algumas páginas foram resultados de experiencias de ensino o estágio supervisionado, veja. O projeto foi orientado pelas professoras Geisa Flores, Gaetana Palladino e Nereida Benedictis e pelo professor Glauber Barros.  Sobre a utilização dos Blogs, os estudantes ainda realizaram uma entrevista com a Dra. Nereida Mafra que comentou sobre essa nova proposta:



Agora conheça os blogs apresentados na mostra de blogs do curso de Geografia da UESB

Blog: Geologia:a onda do momento
Endereço eletrônico: www.geologiaaonda.blogspot.com

BlogGeo Eventos
Endereço eletrônico: geoeventosnacionais.blogspot.com

Blog: Bahia Geo
Endereço eletrônico: www.bahiageo.blogspot.com
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BlogMistura Geográfica.
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BlogInterlocuções Artísticas e Geográficas
Endereço eletrônico: grafiageoblog@gmail.com
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Blog: + que Geografia
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Tema: Cartografia 
http://cartogeo2.blogspot.com/
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Tema: Geografia Física
http://gegografiafisicauesbeckt.blogspot.com/
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Tema: Pensadores de Geografia
http://ospensadoresdageografia.blogspot.com/
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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

NA MÍDIA



Realização do I Festival de Geoparódias:


Blog do Grêmio InterAção


Geoblog

FEIRA DE CONHECIMENTOS GEOGRÁFICOS: Uma experiencia de ensino, pesquisa e extensão


A feira de conhecimentos na escola é uma grande festa. Considerando apenas a repercussão desse tipo de evento e a adesão dos estudantes ás atividades, é só alegria. No entanto, é necessário planejamento, e habilidade para realizar o projeto, já que muitos estudantes de séries e turmas diferentes se reúnem em um mesmo espaço para apresentar sua produção mas sobretudo, é necessário determinação para realizar a feira de uma disciplina, com apenas uma professora para coordenar. Realizei esse projeto uma vez no IFBA Campus de Porto Seguro, e confesso que apesar de tudo ter corrido muito bem, o processo de execução é penoso:
  • Em primeiro lugar, é necessário um planejamento sistemático pois envolve a circulação de muitos visitantes na escola, a utilização de diversos equipamentos audiovisuais, a ocupação de diversas salas de aula e dos auditórios ao mesmo tempo, a intensa movimentação dos estudantes expositores, e a boa vontade do corpo técnico e docente da escola. No meu caso, muitas dessas coisas eu preparei antecipadamente, mas por exemplo, só tínhamos um técnico de audiovisual na escola que ficou sobrecarregado, coitado.
  • Outra questão importante é arquivar todo o material produzido em sala de aula para ser exposto na feira, o que requer um espaço onde por exemplo maquetes, cartazes, e painéis fiquem protegidos.
  • Um aspecto preocupante da execução de um projeto de ensino envolvendo apenas uma disciplina é que os alunos podem ficar sobrecarregados com as demais disciplinas, e por mais que você se ponha à disposição deles, muito acabam priorizando outras atividades devido à densidade de conteúdos, necessidade de notas e a dificuldades de aprendizado mesmo. Aí você corre o risco do estudante contar a versão mais conveniente e dizer que você não orientou devidamente as atividades a serem apresentadas (:S).
  • É necessário que o projeto tenha ampla divulgação para a comunidade, e para a escola. Se possível peça com bastante antecedência aos colegas professores que liberem suas aulas no dia das apresentações da feira. 
  • É imprescindível que o projeto tenho horário bem definido para começar e acabar, para garantir principalmente que o projeto seja humanamente viável, e que a segurança dos estudantes seja preservada. Lembre-se que ao fim das apresentações, a escola precisa ficar organizada, o material precisa ser guardado, os equipamentos precisam ser devolvidos, os estudantes terão passado um turno inteiro falando para os visitantes e estarão exaustos, você, professor, já correu a escola inteira milhões de vezes para dar apoio e avaliar as apresentações, e por fim todos precisarão voltar para casa em tempo hábil e seguro (lembre que muitos estudantes vão de ônibus para casa em localidades distantes, e não podem ficar expostos e pontos de embarque à noite, por exemplo).
  • Converse com os estudantes para garantir a segurança de todos, peça par evitarem subir em cadeias, ficar muito tempo dentro da salas falando sem beber água (devem revesar-se nas apresentações), tomarem cuidado com lâmpadas, tomadas e fios elétricos, não permita que usem ferramentas perigosas como furadeiras, martelos, e estiletes, e tenha sempre um funcionário da escola para dar apoio nas "missões impossíveis".
Este tipo de projeto, embora requeira muito cuidado por parte do professor, é extremamente gratificante porque todo o material que poderia ser descartado após sua produção é visto, e valorizado como experiencia de aprendizado para estudantes e visitantes. Quantas vezes ouvimos os pais reclamarem que o estudante gastou dinheiro pra fazer uma maquete que nunca foi vista pela família? ou mesmo por falta de espaço não tempos como guardar por muito tempo as experiencias realizadas? Qual de nós professores não viu um cartaz ir para o lixo e ficou de coração partido? Então, essa é a oportunidade. As fotos da feira que realizamos podem ser vistas no link da coluna direita da página. 

Um abraço

sábado, 30 de julho de 2011

NA MÍDIA


Divulgação do GEOBLOG, pelo blog do Grêmio Estudantil InterAção. Agradeço a parceria dos estudantes do IFBA, e dos componentes da Diretoria do Grêmio. Estou muito feliz com o amadurecimento político de todos vocês. Acesse.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

NA MÍDIA

I Festival de GEOPARÓDIAS do IFBA - Campus Vitória da Conquista:




Núcleo de notícias
IFBA Conquista
Blog da Resenha Geral
VitóriadaConquista.com
IFBA
Conquistanews
Blog do Álvaro Pithon
Blog do Grêmio Estudantil InterAção




Agradeço a todos os divulgadores, à Radio Band FM, à CCOMS IFBA e à TV UESB pela cobertura do evento.